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quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Princípios Gerais do anarco-comunismo


Já que o anarco-comunismo é a forma mais importante e mais amplamente aceita do anarquismo, algo precisa ser dito sobre esta doutrina revolucionária dinâmica.

O anarco-comunismo é baseado em uma concepção de sociedade que une harmoniosamente o autointeresse individual e o bem-estar social. Embora os anarco-comunistas concordem com Marx e muitos marxistas-leninistas em que o capitalismo deve ser abolido por causa de sua natureza de crises (aqui nós rejeitamos o falso termo "anarquia da produção") e sua exploração da classe trabalhadora, eles não acreditam que o capitalismo é uma condição prévia indispensável, progressiva para a transição para uma economia socialmente benéfica. Nem acreditam que o planejamento econômico centralizado do socialismo de Estado pode prever a ampla diversidade de necessidades ou desejos. Eles rejeitam a ideia da necessidade de um Estado ou que ele só vai "definhar" por sua própria vontade; ou que um partido "comande" os trabalhadores ou "gerencie" a revolução. Em suma, embora aceitando elementos da sua crítica econômica ao capitalismo, eles não adoram Karl Marx como um líder infalível cujas idéias nunca podem ser criticadas ou revistas, como os marxistas-leninistas fazem; e o anarco-comunismo não é baseado na teoria marxista.

Esses anarquistas acreditam que o "pessoal é político, e o político é pessoal",o que significa que não se pode divorciar a vida política da própria vida pessoal. Nós não desempenhamos papéis políticos burocráticos e, em seguida, temos uma vida separada como um outro ser social inteiramente diferente. Os anarco-comunistas reconhecem que as pessoas são capazes de determinar as suas próprias necessidades e de tomar as medidas necessárias para atender a essas necessidades, desde que tenham livre acesso aos recursos sociais. É sempre uma decisão política se esses recursos devem ser fornecidos gratuitamente a todos, então os anarco-comunistas acreditam na crença de "de cada um segundo suas possibilidades, a cada um segundo suas necessidades". Isto assegura que todos serão alimentados, vestidos e alojados como prática social normal, e não como políticas humilhantes de bem-estar social, ou que certas classes serão melhor providas do que outras.

Quando não deformadas por instituições sociais e práticas corruptas, a interdependência e a solidariedade dos seres humanos resultam em indivíduos que são responsáveis ​​tanto por si mesmos como pela sociedade, o que torna possíveis o seu bem-estar e o seu desenvolvimento cultural. Portanto, nós procuramos substituir o Estado e o capitalismo por uma rede de alianças voluntárias que abracem toda a vida social: produção, consumo, saúde, cultura, lazer e outras áreas. Desta forma, todos os grupos e associações colherão os benefícios da unidade, enquanto expandem a gama de sua liberdade. Os anarquistas acreditam na livre associação e na federação de coletivos, conselhos de trabalhadores, cooperativas de habitação e alimentação, coletivos políticos, e de todos os outros tipos.

Como uma questão prática, os anarco-comunistas acreditam que nós devemos começar a construir a nova sociedade, agora, bem como lutar para esmagar a antiga, capitalista. Eles desejam criar organizações de ajuda mútua não-autoritárias (para alimentação, vestuário, habitação, financiamento de projetos comunitários e outros), assembléias de bairros e cooperativas não relacionadas com as empresas, estatais ou privadas, que não funcionem para o lucro, e sim para a necessidade social. Tais organizações, se construídas agora, vão proporcionar aos seus membros uma experiência prática em autogestão e autossuficiência, e vão diminuir a dependência das pessoas em relação às políticas sociais e empregadores. Em suma, podemos começar agora a construir a infraestrutura para a sociedade comunitária, para que as pessoas possam ver pelo que estão lutando, não apenas as idéias na cabeça de alguém. Esse é o verdadeiro caminho para a liberdade.

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