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quinta-feira, 3 de setembro de 2015

A epidemia das drogas: uma nova forma de genocídio negro?


Uma das piores formas de criminalidade é o tráfico de drogas, e que merece até mesmo comentários específicos. Há uma subcultura das drogas negativa na comunidade negra, que glorifica, ou pelo menos considera aceitável, o uso de drogas, mesmo que ele esteja nos matando e destruindo nossa comunidade. Na verdade, todos os dias lemos sobre algum viciado em nossas comunidades morrendo de overdose, ou sobre algum traficante de esquina morrendo em um tiroteio por disputa de ponto ou por causa de uma negociação que "azedou". A última tragédia é que, nos dias de hoje, vítimas inocentes - crianças ou idosos - também tem sido baleados no fogo cruzado. O viciado em drogas (o novo termo parece ser "cracudo") é outra figura trágica; era um ser humano como qualquer outra pessoa mas, por causa de seu ambiente social oprimido, procurou drogas para aliviar a dor ou para escapar temporariamente das "selvas de concreto" em que somos forçados a viver nos guetos urbanos da América.

Com a introdução do crack, um derivado mais potente da cocaína, que fez a sua aparição na década de 1980, ainda mais problemas e tragédias desse tipo surgiram - mais viciados, mais assassinatos de gangues de rua, e mais deterioração da nossa comunidade. Nas principais áreas urbanas tem havido sempre o uso de drogas, o que é novo é a profundidade da penetração geográfica do crack nas comunidades negras em todas as áreas do país. Mas a disseminação do crack é apenas um seguimento maciço da política de tráfico de drogas do governo, que começou no final da década de 1960. A Casa Branca é a "Casa da Branca", ou seja, a administração política dos EUA está por trás de todo o comércio de drogas. O governo dos EUA tem realmente contrabandeado drogas para este país por muitos anos a bordo de aviões militares da CIA,para usar como uma arma de guerra química contra a América Negra. Essa droga era principalmente a heroína, importada a partir do chamado "Triângulo Dourado" do Sudeste Asiático durante a Guerra do Vietnã. Mas, com a introdução de crack, não houve necessidade de importar drogas para o país na mesma extensão que anteriormente, porque ela poderia ser quimicamente preparada em laboratório no país, e, em seguida, distribuída imediatamente. O crack criou toda uma nova geração de clientes de drogas e clientes para os traficantes de drogas; era barato e altamente viciante.

O crack e outras drogas são uma enorme fonte de lucros para o governo, e mantém a comunidade negra passiva e politicamente indiferente. Essa é a principal razão pela qual não podemos depender da força policial ou do governo para parar o tráfico de drogas ou ajudar as vítimas viciadas em drogas. Eles estão empurrando as drogas a nos botar para baixo, por um lado, mas o Estado também fica mais poderoso por causa da falsa "guerra às drogas", que permite medidas de estado policial em comunidades negras e oprimidas, e por causa de milhões de dólares em dotações orlamentárias governamentais feitas para as agências de "aplicação da lei", que supostamente estão colocando para baixo o tráfico de drogas. Mas eles nunca irão atrás dos banqueiros ou das grandes corporações farmacêuticas que financiam o comércio de drogas, apenas dos traficantes de rua, que são geralmente negros pobres.

O desemprego é outra razão por que o tráfico de drogas é tão prevalente em nossas comunidades. Pessoas pobres procuram deseperadamente por qualquer coisa para ganhar dinheiro, até mesmo pelas próprias drogas que estão destruindo a comunidade. Mas se as pessoas não têm emprego ou renda, drogas parecem muito lucrativas, e a melhor maneira de sair da situação. Na verdade, a economia da droga tornou-se a única renda em muitas comunidades negras pobres, e a única coisa que algumas pessoas acham que vai tirá-las da vida de pobreza desesperada. Claramente, empregos dignos com salários e direitos trabalhistas são parte da resposta para acabar com o tráfico de drogas em nossa comunidade, ao invés de depender da polícia, dos tribunais e do Estado. Os policiais não são nossos amigos ou aliadoss, e devem ser exposto pelo seu trabalho na proteção do tráfico, ao invés de suprimi-lo.

Apenas a comunidade pode parar o tráfico de drogas, e é nossa responsabilidade resolver isso. Afinal, esses viciados são nossos irmãos e irmãs, mães e pais, vizinhos e amigos; eles não são estranhos. Temos que nos organizar para salvar as suas vidas e a vida de nossa comunidade. Temos de estabelecer programas antinarcóticos nas comunidades negras em todo o país. Devemos expor e combater o papel do governo como traficante de drogas, juntamente com o da polícia como protetora do tráfico de drogas. Mas também temos de estar preparados para ajudar as vítimas das drogas com aconselhamento nas ruas, clínicas de rua (onde eles possam ficar limpos, aprender um ofício e as razões sóciopolíticas do uso de drogas), propaganda contra o uso de drogas e outras atividades.

Os viciados são as vítimas da sociedade das drogas, que acha que é legal usar drogas. As crianças são algumas das maiores vítimas do tráfico de drogas, quando são enganadas ou forçadas (por necessidade econômica) a usar ou vendê-las. Tanto os usuários como os traficantes são vítimas, mas os traficantes são algo mais do que inteiramente inocentes. Apesar de um negro na esquina vendendo drogas ser ele mesmo uma vítima do sistema econômico e político, que faz com que ele faça isso, traficantes de drogas são uma raça corrupta, perigosa e que deve ser interrompida. Muitas pessoas têm sido mortas ou gravemente feridas por ingenuamente tentarem ser contra os traficantes, e fazê-los sair de seus bairros. Por isso, enquanto a política com os viciados deve ser mais benevolente e compreensiva, com os traficantes devemos ser cautelosos, e até mesmo crueis quando necessário. Precisamos tentar conquistá-los, primeiro com um programa econômico e político para afastá-los do tráfico de drogas, mas muitos dos traficantes são tão violentos, especialmente os "gerentes" (que também são protegidos pela polícia), que devem ser combatidos por meios militares e políticos.

Nós não estamos defendendo o assassinato sumário de pessoas, mas estamos dizendo que, se a morte de alguém é necessária para trazer uma mudança na comunidade, que assim seja! A questão da morte é, essencialmente, uma questão de quem está matando. Ele pode ser direta,e exercida contra o comerciante da morte, ou pode ser indireta e exercida contra a nossa juventude - se nós deixarmos. Saber de uma situação perigosa e não se mover para mudar isso é ser tão responsável por essa situação perigosa, como aqueles que a criaram, em primeiro lugar.

Escutem, eu não quero simplificar esse problema, dizendo que apenas matar alguns traficantes de rua vai resolver. Não, não vai, e NÓS NÃO QUEREMOS FAZER ISSO, DE TODO MODO! Eles são apenas pessoas pobres que tentam sobreviver neste sistema, apenas peões no jogo de drogas cujas vidas não importam para os grandes capitalistas ou o governo. Quando eles querem, esses traficantes de rua são presos ou mortos, mas o sistema de tráfico de drogas  continua. Este é um problema sóciopolítico, que pode ser melhor abordado por organizações de base. Mas são os apoiadores corporativos e industriais do comércio de drogas (e não apenas o varejistas) que devem não só ser expostos, mas também acabados. Além de ação educativa e agitativa, deve haver uma ação militar de células revolucionárias.

As ações clandestinas de que estamos falando podem ser realizada por um grupo relativamente pequeno de pessoas dedicadas, uma célula revolucionária de combatentes armados, treinados em táticas de guerrilha. Mas mesmo esses pequenos grupos de pessoas devem ter o apoio dos bairros para funcionarem, caso contrário as pessoas vãoachar que foi outra ação violenta de gangues. Uma vez que haja coesão social entre a comunidade, então podemos começar a colocar essa proposta em ação contra os traficantes mais violentos, de alto nível. Estamos falando do que pode ser considerado, mais ou menos, como diretrizes para lidar com o problema em um bairro ou em toda a comunidade e, em seguida, a nível nacional:

§ Criar aulas de educação sobre drogas na comunidade, especialmente para a juventude, para expor a natureza do tráfico de drogas, e como o governo, bancos e empresas farmacêuticas estão por trás de tudo.
§ Exposição dos comerciantes da morte e seus protetores da polícia (fotos, cartazes, folhetos, boletins informativos, etc.)
§ Perseguição aos traficantes; ou seja, telefonemas ameaçadores, batidas, manifestações no seu "local de trabalho" e outras táticas.
§ Criação de clínicas de reabilitação para que os viciados possam ser tratados, possam estudar a natureza de sua opressão, e possam ser ganhos para a política revolucionária. Nós temos que convencer as pessoas contra o uso de drogas e a favor da revolução
§ eliminação física do traficante; intimidação levando-o para fora de um bairro ou fora da cidade, espancamentos e assassinatos, sempre que necessário.

AS DROGAS SÃO A MORTE! Devemos combater o VÍCIO EM DROGAS por todos os meios necessários! FAÇA TUDO O QUE PUDER PARA AJUDAR O SEU POVO NA GUERRA CONTRA AS DROGAS!

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